26 de maio de 2011

ÚLTIMO ATO


Da estricnina, o gole;
da gota, o veneno...
Escorpiões no copo que o poeta bebeu
até a morte!


Onde estará o Outro, meu herói?


Do corpo, o excesso;
da alma, a falta...
A vontade desceu para além das constelações azuis...
Quem, além de Ti, arrotará o Império Astral?


Da palavra, a poesia;
da verdade, o espetáculo -
- cenas dantescas num quarto de hotel!


Em qual labirinto me perdi?


Da Antologia Poética Corpografia, de João Carlos de Souza Ribeiro, dedicado ao ícone máximo de modernismo luso, o escritor Mário de Sá-Carneiro.

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